terça-feira, 21 de agosto de 2007

Verbo Numérico

Oh, complexidade numérica que tanto me desgasta
Vício constante, paixão e razão de minha doentia devoção
Me prende, me liberta, me destrói a cada descoberta
Simbólica mutação, enigma metamorfo que me desperta

Oh mundo, eterna equação indecifrável
Charada em forma fálica que nos fode
Possuído pela incubus travestida de Apolo
As rodas dentadas de minha mente ameaçam-me travar-se

Seriam os caracteres os maestros de minha existência?
Ou minha existencia é que rege estes símbolos?
E o que há no tolo quando já tão torpe entorna seu odre
Fazendo-o ter tantos espasmos quanto eu ao achar o valor de N?

Oh, sistema perfeito que estás no céu e na terra
Zombas de mim por tua infinidade, sátiro das baladas sincrônicas
Incompreendida por minha mente - ainda - limitada
Hei de encontrar em seu espiral a revelação

Doces incógnitas que recheiam minha alma diabética
Cravo-te meu intelécto, meus olhos e minha mente em teu semblante
Ao encarar-te, não enxergo além de teu horizonte
E novamente venho declarar-te escancaradamente a minha debilidade

Cansado já me faço, ó 149 amado...
Decidido já me encontro, ó delicioso 81...
Sem lágrimas já me imponho, ó 999 de minha alma...
E despeço-me por último de você, ó poderoso 3,14...

Sim, você, ó 38 que condena!
Faça-se assassino de meu apolo!

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