terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Céu e Chão

Desnudo a pele em carnificina
pra que alma, ossos e sangue
sejam mais que palavra de esquina

e destituo o verbo lógico
com venda nos olhos pra sujar
e assentar o entrópico

o desmascarar de toda pureza
é pro verso que se esconde no belo
pois desvelo e denoto sem clareza
pra conotar toda a razão

o céu na superfície
e todo o luar no chão

3 comentários:

poeta sórdido disse...

oi victor,

falou minha língua sim, valeu pelas críticas. A intenção-chave é incomodar, e nesse caso específico, mais pelo lado pejorativo mesmo.

obrigado e até a próxima,
continue acompanhando o Depósito.

abraço.

Heyk disse...

obrigado e até a próxima é meio de vendedor, né?

caramba, a gnete tem que tomar cuidado com os tipos de relação que a gente leva virtual mente, porque se não a gente acaba se portando igual marketeiro. isso é ruim...

Bom, victão, eu gostei do texto, parece que a cada conversa que a gente tem vc vai lá, escreve um poema e eu entendo tudo, é isso mesmo?

Para mim, se for, é bom, porque fico meio cheio, orgulhoso, sabe? pporque é como se fosse tudo parido às nossas mãos. Suas mãos e nossas mentes na verdade.

Legal, cara.

mas aqui, com mais algumas leituras, vi que vc quer conotar toda a razão.

vitão, vc é poeta, num é químico...

larga a razão e vem pro zamba um pouco negão!

quando for pra ser racional escreve um ensaio, vou gostar mais!

mas, relaxa, o poema é bom!

Anônimo disse...

Vitamina de razão com emoção:
moer a própria carne em sacrifício
no exercício de pensar, desconstruir as palavras e questionar todos os seus significados, picar tudo bem miudinho, remoer, bater e deixar assentar.Desprezar o sobrenadante e saborear o concentrado decantado em verso e prosa até se sentir tonto. Ficar de ponta-cabeça para ver a lua no chão. Ou seria o vômito?
Larica.