terça-feira, 21 de agosto de 2007

Nove Dias

E eu aqui
Nesse janeiro de páginas iguais
Nesse sofá que já velho se desfaz
Quase a cair

Ah, se viesse
Esse doce encantamento me derrubar
O ponteiro preguiçoso a se espreguiçar
Na melodia que se tece

Mas sóbrio me sustenta
O ponteiro que de tanto rodar ja esta tonto
E há meia-hora só marca nove em ponto
E há nove dias nessa página se lamenta

Desse janeiro e desse relógio
Adormecido no leito de um sono profundo
Estático e torpe, de tão lerdo e moribundo
Não anda, nem corre
E nem deixa que eu o faça

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