segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A Árvore

No banco irreal do outono
vejo a imagem duma árvore

Sua fronde incide
a deforma sombria
sobre o marrom dormido

Não é a arvore que vejo
mas num curto ensejo,
..........................à luz
viro, lato e esbravejo

É a vida de pijamas
e eu sem touca nem pantufas

A indumentária
predileta da vida:
a raiz
..tronco e nós
.....copa e luz
.........fruto e eu

vejo nítida a imagem
do que ali não jaz

........a árvore
não existe
enquanto árvore;

e o outono de um só tom
refresca sob a sombra
das sobras frondosas
suas frescuras e possibilidades

3 comentários:

Anônimo disse...

... Um olhar instintivo e imaginário para um símbolo de vida, alimento e fertilidade... Um olhar em luta com os ritmos da vida? Um olhar de fora? Solitário, mas consciente?
"...tronco e nós": gostei do duplo sentiido. Vc faz um jogo legal de inclusão/exclusão. Fantasia/realidade.

Welington de Sousa disse...

Gostei do " surto imaginético " tuas palavras me embriagam ! obrigado , agradece o poeta de inventados sonhos !

Tulio Malaspina disse...

O outono refresta inclusive o olhar, marrom. É o tom de refrescar, olhar.
Bela observação, não existe enquanto arvore, luz. LUZ.

o somos sem ela?