quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Travesseiro do Universo

Pairar no nada

O espreguiçar no éter
dum fluído amniótico

Acabo de voltar
saciado do desejo maior
num casamento com a verdade

findo a cíclica relacão
com o túrgido desconhecido
no negrume das dúvidas
do escuro adormecido

a paz do sepulcro
num pós-guerra cemiterial
confortável e macio
escancara as janelas
para o salto imaterial

Alço
o caminhar macio
no caco de vidro das cores
do bem e do mal que me livro
na folha de árvore e página
no teto, batuque, tambores

O preto
que morre no horizonte
me dá o ponteiro
dos meus adiantadores
passos de rinoceronte
bocejantes no universo placentário
à espera do pairar no nada

2 comentários:

Lírica disse...

"A Insustentável leveza do ser"?
Um éter aminiótico__mor viagem__ pressupõe uma relação edipiana que se resolve e evola no encontro com a verdade(realidade da vida. Por isso na interpretação onírica a figura da mãe representa a vida real. A coisa mais túrgida e mais íntima ao recém-nascido, e que não faz parte dele mesmo, mas é como uma extensão dele e ao mesmo tempo desconheciso é o seio materno. Essa relação a princípio é confortável, mas depois não satisfaz mais.É necessário saltar. isso dói. Mas revela e amadurece. Da escuridão pro espectro de cores. É assim um nascimento. aós as idéias começam a fazer barulho na cabeça e os pés vão ousando cada vez mais pesadamente firmes... secretamente desejando retornar ao "lar"... mas já não mais o materno original.

Heyk disse...

gostei muito.

volto pra ler com mais calma