quarta-feira, 2 de abril de 2008

Rubro Doblete

Ontem o sinal saudante
descobriu minha ousadia egóica
e cerrou a passagem;
enrubeceu

Flertei com minha liberdade
como se subjugasse o pobre semáforo:
sem demora podou minha fantasia

outrora doblete esmeralda,
vermelhejou

Me integro à rotina
dos processos formais
que de tão morais
da aurora já me contam a sina
em pormenores
de seu sol sem vida

5 comentários:

AEmarcondes disse...

sinto que você tem algo contra semáforos.. hheeehheehhe

seria o impedimento contra o fluxo da vida?

AEmarcondes disse...

sei...
eh sina...
passo por isso com a existencia...
deve ser um mal de ler Pessoa..

Heyk disse...

interessante, o xisto comentou comigo que quando a gente lê 29 poemas de um cara a gordura cai e fica só o significado. Aí a gente descobre se o cara é bom ou não.

acho que é por aí. Isso se a gente tiver preocupado com o conteúdo, e isso se a gente fizer o esforço pra enxergar além da linguagem, ficar na buisca de sentido. Mas ficar na busca de sentido a essa altura é duro. Então não quero isso não.

Quero ficar delirando nos trocadilhos endinheirados e nas palavras novas.

O sentido a gente deixa pro relógio.

Heyk disse...

e ainda tem a coisa de poesia ser isso ou ser aquilo, de ser só o sublime d alinguagem, de são ser um conto e tal. Mas caramba, se a gente deixa o sentido pro relógio, vamo deixa também as classificatoriedades pro excell, certo?

Então, boa trama.

Lírica disse...

Parabens! A estrategia literaria de causar pruridos interpretativos resultou em boa resenha.