parco de homem
bendita árvore
que não enxerga ontem
em céu centenário
diferente da moça vizinha tua,
que nua viste em seios de louça,
(em riste o tronco hirsuto)
a árvore pavoneia com riso verdejado
enquanto à outra o tempo pesa
as rugas da mulher
a enfeiam, pobre;
pelanca muxibenta
e flacidez em magreza
antes,
a árvore sabe ser velha
e é amiga do tempo:
quando sua fronde
não mais sombrear a moça
o inverno a fará seu próprio mausoléu
em beleza remida
o segredo atemporal,
a beleza lonjeva
em resposta a "a árvore de minha rua", de Æmarcondes.
2 comentários:
mto boa, joe!
bem diferente do "Tutto declina." do falstaff ainda fresco no nosso ouvido
abracao!
Lindo. Lembrou walter Benjamin qdo fala da aura. Bem, temo comentar aqui, espaço de estudiosos da linguística. Minha leitura é muito diversa da de vc. Mas, é que me lembrou disso . Tem até um post no Compulsão: Aura. se quiser vai lá e veja se não conversa com este seu Árvore e Seios.
Postar um comentário