terça-feira, 21 de agosto de 2007

Seu Paulo

Seu Paulo mirava o talo no auto do caule,
e incauto embriagava-se quieto;
fantasmas circulavam naquele quadro
enquanto seu paulo bebia invisivel

Saudoso era da perna que lhe invalidava
e sua barba era suja, seca e desgrenhava;
Sua casa, sopé daquela frondosa copa verde-cinza,
sobre a vinte e três de maio se espreguiçava

Assinava a Folha da manhã de ontem,
e abraçava a pinga como a amante de nunca;
vestia o que há muito fora calça
pra se aquecer daquele teto úmido e esfumaçado

Conversava com todos os demônios
que perambulavam aos arredores sua casa;
uns quistos, outros bem demoníacos
quais compunham tão humana vizinhança

Compunham seu Paulo
Que jamais existiu.

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