Congelo a chama
comportada de vela
pra captar-lhe a forma
a forma fica fria
mais branca que amarela
tal qual antes fora morna
torno ao fogo junino
espírito pavoroso que inflama
faíscas à beleza da rebeldia
gelo-lhe o movimento pra
transformar o crepitar em teoria
qual pobre livro de anarquia
calcino a pouca pólvora pra
lançar à tenebrosa câmara
da comida quase pronta
as fileiras de luz azul
a prenderem o exército aceso
na terrível ditadura formal
ao fim ateio ao impulso da morte
o corte na força do ferro
que encerra o momento da sorte
antes dos jornais de amanhã
salvo-lhe o peito do fogo
na realidade onde o tempo não derrama
4 comentários:
so aqui e me fala:
WWW.NOVOSUIVOS.BLOGSPOT.COM
lembra do que eu disse sobre o meu a fibra, de ser o meu O Uivo, então e agor aparece isso... Piu Bello!
Se toca pra cá uns dias , negão, tira férias aí, tá faltando pra vc o rio!
Victão, lembrei daquel texto meu " Um quase poema branco" lembra?
Interessante.
Vou ler mais a forma do fogo pra falar sobre.
Mas tá bom e gostei da cadência. Ela não tá perfeita, tem hora que sai do ritmo, mas tá bom sim.
Essa poesia me deu fome. Hehehehe. Vc anda cozinhando, nego?
Sem brincadeiras: captar poema nas pequenas alegrias do dia-a-dia é dom de uma ínfima minoria. Fazê-lo com maestria é raridade... e a sua poesia brinca com fogo... esse mistério que desafia formas, cores e estruturas. Poesia e fogo, fogo e poesia...
Larica
Victor, vou fazer uma confissão: é a primeira vez que sento e leio seu blog com a calma que lhe é devida. Porque, realmente, é coisa para se degustar, tudo aqui é cheio de significado. Parabéns!
E, ah, que bom que gostou do novo ciclo de posts do Depósito. Sabe, sou obrigado a concordar com você que havíamos caído um pouquinho no banal...
Abraço!
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