quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Subitamente Voleur

Vou derreter subitamente, explodir devagar e sem alarde agora, a qualquer segundo. Espero sentindo palpitar o peito que pesa quando penso que o sinto palpitar. Os sons se abafam, ganham caráter menos real do que esse meu auspício, esse pressentimento, essa imagem de mim mesmo prestes a explodir, consciente do movimento caótico, esquizomórfico, lúcido ou produtor, criador de luzes. À espreita, a musa fantástica seduz por meio da ausência. As obrigações fugidias dissimulam como pacientes discretos numa sala de espera. E eu, lúcido de dar dó, esperando, esperando. E eis, então, de repente, num susto: o súbito arrefece até desaparecer, por nunca ter existido, ou por ter existido apenas como idéia (como Deus existe) (o apenas mais poderoso já inventado). Vai, vai, foi embora. A televisão fala com nitidez anglofônica novamente, o computador brilha, meus colegas frivolejam atrás de mim. Eu também frivolejo, esse ano fiquei bom nisso, e fico feliz com alguma surpresa.

2 comentários:

aron disse...

Fudido e gostoso meu nego.
Sincero.
Te amo :)
Arao.

Renata disse...

mano, acho que escreveste isso no mesmo DIA em que eu escrevi iso:

http://www.facebook.com/profile.php?id=1353942141&v=wall&story_fbid=114212971971336&ref=mf

Falamos o mesmo, acho. Me assusta, mas de ma maneira boa. De uma maneira ótima :)

Bjo, mano!