Atento para as palavras de um clássico nascente
enquanto os prédios velejam de meu assento estático
súbito me surge em séquito
sequelas duma poesia-brecha
salto e me deparo com
o simpático semáforo a me saudar
e num impulso, o subjugo
quem foi o profeta
que cinzelou essa tal
São Paulo cinza?
O bafo do asfalto
no começo de um sol velho
cria um dia contado
a brecha no livro do exército léxico
atento aos acentos que velejam
nesse meu poema-dia, vislumbra;
não: São Paulo é toda cor
em troca de
seu céu e seu
passado
no tempo, o progresso
se diagrama em paicas
2 comentários:
Que lindo poema! Que lindo ver a cidade com olhos tão líricos e perdoar até o progresso... como o exército léxico dos livros perdoam o branco das páginas, as regras gramaticais, os acentos...
Transmite a imagem da São Paulo que conheci quando era ainda apenas uma menina: tudo me pareceu tão grandiosamente concreto e cinza...
Gostei muito deste!
E do comentário da lírica tb.
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